quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A Onda Cunha Lima

Não pode haver qualquer dúvida que o futuro nos reserva um retorno do poder as mãos da tradicional família campinense! Devemos considerar que hoje na paraíba temos apenas três opções (a depender do caráter de quem escolhe): Na primeira opção, resta levantar as bandeiras do discurso ideológico e racionamente fundamentado e repudiar anos a fio, todo esse embrólio que se transformou a política Paraibana; numa segunda opção, aliar-se aos que hoje são chamados de oposição - encabeçada sobretudo pelo PMDB - e arriscar uma chance de ver-se a tomada do poder em algumas prefeituras do Estado para continuar sobrevivendo; ou - e essa acho ser a que mais promete oferecer vantagens de curto, médio e longo prazo - reconhecer os próprios pecados, pedir perdão e abraçar a onda que vai tomar conta de toda Paraíba e que se chama Cunha Lima, na qual o coletivo girassol, está de longe em plena vantagem.

Tenho poucas razões racionais para chegar nessa conclusão - e não vou dizer nada que não possa estar contido em alguns paragrafos breves.

Ainda lembro como hoje, dos tempos em que um pai, no furor da ira e da vontade de defender a honra do filho, deflagrou infeliz tiros sobre uma das figura mais ilustres que a Paraíba já conheceu. Ato que poderia ter gerado revolta e revolução, nos mesmos moldes do que aconteceu com o tão querido João Pessoa (falo com certo exagero). Mas, não foi esse o desfecho... Imediatamente após, tinhamos um senador eleito. Senador com um passado político de glória e poeta da mais fina estirpe. Na paixão que não pode ser explicada pelas leis ou pelos que defendem a lógica dos fatos. Tivemos um homem da política que foi protegido da justiça pelo sufrágio universal do povo paraibano e por isso, jamais foi sentenciado pelas cortes desse país. Devo confessar que nesta época, tive orgulho de votar nessa personalidade que poucos motivos nos deu para ficar constrangido diante da nação. Esse homem, não apenas se fez, mas fez do próprio filho o herdeiro político e como por um passe de mágica, seu carisma também era do seu filho.

Filho que, em tempos antigos, foi levado a praça para ser apedrejado por ter admistrado mal uma instituição pública, mas que foi ovacionado e pela vontade do povo, conduzido a governar a rainha da borburema por dois mandatos seguidos e daí sair para se consagrar governador da Paraíba. Sua glória foi total, mas os erros de seus assessores o levaram ao banco dos réus e, desta vez, o voto não pode protejê-lo da força suprema da justiça. Caçado e, de certo modo humilhado, pelos que não tinha seu brilho e carisma natural, usou da mais simples e primária atitude humana: abaixar a cabeça e chorar. Mas, existem derrotas na vida que são apenas um passo para grandes vitórias...

Logrou este homem o êxito de contribuir para que seu arquirival fosse destronado, tirando-lhe o parceiro mais importante. Cunha LIma, ainda que a justiça o torturasse com leis que não podiam ser aplicadas naquele momento, foi capaz de eleger o governador da Paraíba sem que seu esforço o tirasse o brilho e a beleza que só vemos em manhãs de sol ou no final de tardes ensolaradas. Mas ainda agonizava este homem, pelo simples fato de a racionalidade dos legisladores insistirem e não dá-lhe o que era seu por direito, pois, como candidato a senador, simplesmente foi capaz de ter mais votos que o candidato a governador que ele apoiava!

Na mais poderosa corte desse país, seu processo era expremido nas mãos daquele que por ele jamais expressou qualquer simpatia ou consideração. E, que glorioso momento, esse que tentou punir seu pai e agora o tentava impedir de chegar no senado - pelas razões da lei - foi obrigado a declarar de forma contudente e incontestável sua posse no senado da república. E, se não bastasse, esse menino (agora bem mais maduro) presenteia sua terra natal com a honra rara de ver do seu berço sair dois senadores a um só tempo.

Amigos e amigas, cheguei a conclusão que a família Cunha Lima é uma onda que, quer pela paixão do povo paraibano, quer pelo sentimento de justiça ou pela história de glória e de honra de seu pai e pela sua própria história, pode se constituir como a mais poderosa marca da popularidade e poder político de uma família. Assim, sem querer ser profeta, acho melhor que todos os políticos da Paraíba, reavaliem seu discurso e suas práticas em relação a família Cunha Lima, porque pelo que vivenciamos nos últimos anos, esse é apenas o começo - ou melhor - a continuidade de uma história que não tem data para acabar e quem apostar no contrário e ganhar vai ter tido mais sorte do que os que ganham na Sena por duas vezes seguidas.
R

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